Adeus Bolinhas
Ontem morreu o meu primeiro cão - o Bolinhas. Já há muitos meses que se anda para tomar esta decisão mas, pelos vistos, ontem a decisão foi tomada de vez.
O Bolinhas nasceu a 25 de Outubro de 1990. Sim em 1990, já tinha 18 anos. Já há vários anos que a visão e a audição têm vindo a deteriorar-se. Nos dois últimos anos penso que já não via nem ouvia quase nada.
Foi um cão daqueles a que chamo 'de guerra'. Daqueles de quintal (os meus pais não são apologistas de cães em casa) que exceptuando há dois anos uma infecção no ouvido interno, nunca teve doenças. Já pouco andava, custava a levantar-se e deitar-se e por vezes fazia já as necessidades na casota. Ora ia melhorando, ora piorando. Nos últimos dias fazia xixi deitado e ontem os meus pais e avós tomaram a decisão. Os meus pais já me conhecem... fui informada hoje...
Sei que foi pelo melhor porque já metia dó olhar para ele. Custa-me saber que a vida lhe foi tirada mas, por outro lado, sei que foi uma caridade o que foi feito. Custa-me não saber se sofria, o quanto sofria, se antecipámos o acto, se já devia ter sido feito à mais tempo... não sei...
Ainda me lembro da primeira vez que o vi, dentro duma caixa no banco de trás do carro do meu pai, tão pequenino parecia uma bolinha malhada. Lembro-me de, com 10 anos, me levantar muito cedo para ir ter com o meu novo cachorrinho. Sempre fui eu que lhe dei o tratamento que os ditos 'cães modernos' normalmente têm. Dava-lhe os banhos na banheira (mesmo desde que saí de casa dos meus pais, era eu que o fazia), cortava-lhe as unhas quando era preciso, dava-lhe miminhos... Fui eu que há muitos muitos anos atrás lutei para que ele não ficasse preso à corrente (como era hábito fazer-se aos cães... digamos... de guarda).
Nos últimos anos tornou-se um cão fantasma. Nada interactivo, muito parado como se por vezes não reconhecesse as pessoas ou mesmo os objectos. Só ganhava mais vida quando era para ir à rua. Acho que foi o melhor a fazer... mas custa muito...
Fui informada hoje... Adeus Bolinhas...